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segunda-feira, 26 de novembro de 2012


Menor motor elétrico do mundo

Menor motor elétrico do mundo
Com apenas uma molécula, o motor está na lista para entrar no Livro Guinness dos Recordes. Os investigadores conseguiram controlar o movimento da molécula height=200Os investigadores conseguiram controlar o movimento da molécula Uma equipa de investigadores norte-americanos conseguir criar, pela primeira vez, um motor eléctrico com apenas uma molécula. Publicado na «Nature Nanotechnology», o estudo levado a cabo por investigadores do Departamento de Química da Universidade de Tufts, aborda as potenciais aplicações deste motor que pode servir de base ao desenvolvimento de um novo tipo de dispositivos para servir em áreas como a medicina ou a engenharia.

Com o diâmetro de apenas um nanómetro (ou seja, um milionésimo de milímetro), o dispositivo foi inscrito pelos seus criadores no livro Guinness World Records. “Fomos capazes de demonstrar que é possível proporcionar electricidade a uma única molécula e conseguir que esta faça algo que não seja por acaso”, dizem os autores do estudo.

No estudo, os investigadores afirmam que tem havido “progressos significativos na construção de motores moleculares alimentados por luz e por reacções químicas. No entanto, motores accionados por electricidade ainda não tinham sido construídos, apesar de existirem várias propostas teóricas”.

No artigo, os cientistas explicam que uma molécula de sulfureto metílico n-Butyl (C5H12S) absorvida numa superfície de cobre pode ser operada como um motor eléctrico. Os electrões de um microscópio por tunelamento foram utilizados para conduzir o movimento da molécula.

Os investigadores aperceberam-se de que se controlassem a temperatura da molécula podiam produzir um impacto directo na sua rotação. A temperatura mais adequada para conduzir o movimento deste motor foi de -232º celsius.

Quanto mais altas as temperaturas forem mais difícil é controlar o motor. Os investigadores querem agora controlar melhor as temperaturas para poderem desenvolver aplicações praticas.

A Violência do Agrotóxico


No início do ano (31/03) a equipe de filmagem do documentário sobre os agrotóxicos, dirigido por Silvio Tendler, estava em Paraipaba, Ceará, cerca de 90 quilômetros a noroeste da capital Fortaleza. Foram investigar as acusações à empresa do agronegócio, de origem holandesa, Companhia Bulbos do Ceará (CBC), por uso indiscriminado de agrotóxicos.

Em fevereiro, a Justiça do Ceará havia deferido liminar proibindo o uso de veneno pela CBC. Entre as explicações estão coceira na pele e problemas respiratórios na comunidade local, a provável contaminação da lagoa da Cana Brava – a 100 metros da fazenda e principal reservatório de água que abastece o município – além da morte, por contaminação comprovada em laboratório, de 18 cabeças de gado do agropecuarista Henry Romero.

Na manhã seguinte à visita da equipe de filmagem, 15 animais de seu Henry apareceram doentes – alguns agonizantes, como mostram vídeos gravados pelo agropecuarista (http://www.youtube.com/watch?v=31iMpTs70bw), sob orientação do Ministério Público. Até o fechamento desta matéria, 12 já haviam morrido.

“O tempo todo que estivemos conversando com seu Henry na propriedade dele, um cara numa caminhonete, dentro da área da CBC, um funcionário, ficava cantando pneu pra cima e pra baixo. Nitidamente para nos coagir. Tanto que no final, seu Henry falou ‘fiquem tranquilos’ e nos escoltou até a saída”, relatou a documentarista Aline Sasahara.

As propriedades de seu Henry e CBC são vizinhas. Atualmente, separadas por uma “telinha transparente”, como descreve Aline.

Veneno à deriva

Seu Henry é cauteloso e não acusa a empresa de envenenamento direcionado. Entretanto, diz não ter dúvida de que seus animais são vítima do veneno lançado aos montes por seu vizinho:

“Já foi descartado qualquer tipo de doença. É veneno que partiu de lá e o que vai dizer qual veneno é a biopsia. Sabemos que eles nunca obedeceram a ordem de parar de pulverizar. Se eles plantam, eles pulverizam, porque não tem como colher essas culturas sem usar o veneno.”

Cada um dos dois pulverizadores usados pela CBC armazena 2 mil litros de veneno e possuí dois braços de 20 metros que fazem a pulverização suspendida. As duas máquinas juntas chegam a envergadura de 80 metros e são utilizadas para pulverizar uma área de aproximadamente 22 hectares, segundo Henry:

“A área deles é pequena, não chega a 180 metros de largura, então dá pra você imaginar: 80 metros de braço jogando o veneno à deriva.”

CBC

Criada em 2004, a CBC produz bulbos – caule arredondado do qual brotam flores ornamentais, como a Canna indica, Amaryllis e Caladium. Apesar de serem consumidos pelos EUA e Europa, é em Paraipaba que os bulbos e a CBC encontram as melhores condições para florecer: longo período de sol, Porto de Pecém a 50 quilômetros de distância, baixo custo da terra e mão-de-obra barata. Todas estas “vantagens”, entretanto, parecem não dispensar a necessidade do veneno: de acordo com a Agência de Defesa Agropecuária do Ceará (Adagri), a CBC utiliza 29 tipos de agrotóxicos, sendo dez altamente tóxicos ao meio e sem registro administrativo de órgãos ambientais estadual e federal. De acordo com a Superintendência Estadual do Meio Ambiente (Semace), a CBC também não possui licenciamento ambiental.

Para agravar a situação, a plantação da CBC se localiza em um platô, com incidência de fortes vento, e é rodeada por um povoado de quase 700 habitantes – muitos deles dependentes da empresa. Em épocas de forte safra, a CBC emprega até 150 trabalhadores. Assim, a população que sofre com a propagação do veneno pela terra, água e ar, pouco pode fazer. “Todo mundo tem medo de falar, porque são vizinhos, porque trabalham lá ou tem parentes que trabalham. Seu Henry tem uma situação econômica muito melhor que a maioria das pessoas ali, então ele pode falar. Mas, a empresa está fazendo um trabalho junto aos moradores, dizendo que se ela fechar a culpa vai ser do seu Henry, que as pessoas vão perder emprego, que ele devia ficar quieto”, conta a documentarista Aline.

Seu Henry

Com aproximadamente 160 cabeças de gado leitero, há mais de 30 anos no ramo “sem usar agrotóxico e nenhum produto que venha causar algum transtorno para a natureza ou para os animais”, seu Henry levou um grande prejuízo. “Todos os dias estou mandando 500 reais de medicamento para a fazenda, mas não está resolvendo. Morreram animais que eu ainda estou pagando. Comprei no leilão”, reclama.

Contudo, o agropecuarista dá outras razões para seu abatimento. “Eu tenho esse apego aos animais, mas são só animais. E as pessoas lá? Tem um povoado de 130 casas, todas pessoas honestas, humildes que não podem falar nada. Segundo os profissionais químicos, o veneno é absorvido pela medula e vai acumulando, acumulando, até causar leucemia e outros problemas. E tem um caso aqui, a 80 metros do campo, que há uma escola que estudam 200 crianças, em dois turnos. Então, o que estão fazendo é um crime, uma ignorância brutal”, conclui.

 

 

O Saneamento Básico é uma das grandes questões da atualidade


O Saneamento Básico é uma das grandes questões da atualidade, essencial para a promoção e a melhoria das condições de vida nos meios urbanos e rural. O conceito de Saneamento Básico está inserido num contexto maior, de Saneamento Ambiental. O Saneamento Básico compreende as questões de abastecimento de água, esgotamento sanitário, manejo de resíduos sólidos e manejo de águas pluviais, enquanto que ao Saneamento Ambiental acrescentam-se outras questões relativas à qualidade das condições de vida das populações urbanas e rurais e à prevenção de doenças relacionadas com o ambiente, como o controle de vetores, a qualidade do ar, o disciplinamento do uso e ocupação do solo, etc. (BRASIL, 2006).

Nos últimos anos, a importância do Saneamento Básico tem refletido na criação de políticas públicas relacionadas com setor. O marco significativo de maior importância neste sentido é a Política Nacional de Saneamento Básico - PNSB (Lei Federal no. 11.445/2007), que define o Saneamento Básico como (Art. 3º.):

(...) conjunto de serviços, infra-estruturas e instalações operacionais de: a) abastecimento de água potável: constituído pelas atividades, infra-estruturas e instalações necessárias ao abastecimento público de água potável, desde a captação até as ligações prediais e respectivos instrumentos de medição; b) esgotamento sanitário: constituído pelas atividades, infra-estruturas e instalações operacionais de coleta, transporte, tratamento e disposição final adequados dos esgotos sanitários, desde as ligações prediais até o seu lançamento final no meio ambiente; c) limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos: conjunto de atividades, infra-estruturas e instalações operacionais de coleta, transporte, transbordo, tratamento e destino final do lixo doméstico e do lixo originário da varrição e limpeza de logradouros e vias públicas; d) drenagem e manejo das águas pluviais urbanas: conjunto de atividades, infra-estruturas e instalações operacionais de drenagem urbana de águas pluviais, de transporte, detenção ou retenção para o amortecimento de vazões de cheias, tratamento e disposição final das águas pluviais drenadas nas áreas urbanas.

 

O Saneamento Básico é indissociável de outras políticas públicas, como a saúde, o planejamento urbano, a gestão e gerenciamento de águas, a gestão ambiental, etc, devendo-se criar mecanismos para sua integração com essas agendas.

A PNSB estabelece mecanismos de planejamento ambiental e de integração com outras legislações ambientais, nos seus artigos 19 e seguintes, quando orienta que a prestação de serviços públicos de saneamento básico deverá ser compatível com os planos das bacias hidrográficas em que estiverem inseridos.

A Política Nacional de Recursos Hídricos - PNRH, também conhecida como Lei das Águas (Lei Federal no. 9.433/97) também contém a diretriz de que, em sua implementação, “os poderes executivos do Distrito Federal e dos municípios promoverão a integração das políticas locais de saneamento básico, de uso, ocupação e conservação do solo e de meio ambiente com as políticas federal e estaduais de recursos hídricos” (Art. 31).

A Resolução Recomendada do Conselho das Cidades no. 075/2009, a Lei Orgânica Municipal de Brumadinho (Art. 140, § 2º.), e o Ministério das Cidades (BRASIL, 2006) endossam essas prerrogativas de integração. Este último inclui no conjunto de princípios para elaboração do Plano Municipal de Saneamento Básico a orientação por bacia hidrográfica, a qual norteou todo o processo de atualização do Plano Municipal de Saneamento Básico de Brumadinho.

O Plano Municipal de Saneamento Básico - PMSB é um instrumento da PNSB, e se insere no contexto do Estatuto das Cidades (Lei nº 10.257/2001), o qual define o acesso aos serviços de saneamento básico como um dos componentes do direito à cidade.

A finalidade do Plano Municipal de Saneamento Básico é a criação de mecanismos de gestão pública da infraestrutura do município relacionada aos principais eixos do saneamento básico (abastecimento de água; esgotamento sanitário; manejo de resíduos sólidos e manejo de águas pluviais) traçando diretrizes para cada setor, além de prioridades e metas de curto, médio e longo prazos.

Tanto a elaboração como a implementação dos planos devem se dar com respeito nos princípios de universalidade, integralidade das ações e eqüidade, ou seja, garantia a todos os cidadãos, do acesso aos serviços de saneamento, e com qualidade. Igualmente, sua elaboração e implemento seguem como diretrizes: integração entre os componentes do saneamento e outras áreas afins; protagonismo social com criação de canais de acesso à informação e à participação para conscientização e a auto-gestão pelas comunidades; promoção da saúde pública; educação sanitária e ambiental;  orientação pela bacia hidrográfica; sustentabilidade; proteção ambiental; informação tecnológica. (BRASIL, 2006)

 

domingo, 25 de novembro de 2012

o mal do ascarel


A Monsanto é a maior produtora de herbicidas do mundo, e está entre as cem empresas mais lucrativas dos EUA. Apenas nos últimos dois anos, investiu US$ 6,7 bilhões na aquisição de outras companhias norte-americanas de sementes e biotecnologia, tornando-se a maior empresa do ramo.
A Monsanto Chemical Company foi fundada em 1901, em Saint Louis, Missouri, Estados Unidos. Nos anos 20, se converteu num dos maiores fabricantes de ácido sulfúrico e de
outros produtos básicos da indústria química. Desde a década de 40 até hoje sempre se manteve entre as dez maiores indústrias químicas dos Estados Unidos. 
Em 1929 a Swan Chemical Company, adquirida pouco depois pela Monsanto, desenvolveu os bifenilos policlorados (PCBs) que foram elogiados por sua extraordinária estabilidade química e ininflamabilidade. Os PCBs, ou Ascarel, foram largamente utilizados como refrigerantes de equipamentos elétricos.
Nos anos 60, os numerosos compostos da família dos PCBS da Monsanto foram usados como lubrificantes de ferramentas, revestimentos impermeáveis, refrigeradores de transformadores. Nos anos 30 já se tinham alguns indícios dos perigos dos PCBs. Nos anos 60 e 70 os cientistas apresentaram dados conclusivos: os PCBs e outros compostos organoclorados provocavam câncer e estavam relacionados com um conjunto de transtornos reprodutivos e imunológicos.
O centro mundial de produção de PCBs era a fábrica da Monsanto em East Saint Louis. O lugar hoje é um subúrbio de empobrecimento crônico. Acidade tem a taxa mais elevada de morte fetal e de nascimentos prematuros do estado. O Ascarel é proibido hoje no mundo, mas ninguém sabe o que fazer com as milhões de toneladas do produto estocadas por todo planeta.
Agente Laranja
Há cerca de cinco anos a imprensa noticiou que favelados cariocas estavam pegando Ascarel de um depósito e usando-o como óleo de cozinha! O herbicida conhecido como agente laranja foi usado pelos militares norte-americanas dos EUA para desfolhar as árvores da selva tropical do Vietnã durante a guerra nos anos 60. É uma mistura de dois tóxicos poderosos, o 2,4,5-T (ácido Triclorofenoxiacético) e 2,4-D (ácido Diclorofenoxiacético).
Ele era fornecido por várias empresas, mas o da Monsanto era o mais poderoso por conter níveis maiores de dioxinas. As dioxinas, já se comprovou, são carcinogênicas e teratogênicas (gera fetos mal formados). Por conta desta eficiência, a Monsanto foi a principal acusada na demanda interposta pelos veteranos de guerra que, depois do
conflito, apresentaram uma série de doenças atribuídas a exposição ao agente laranja.
É preciso observar que os militares prestaram serviço por no máximo um ano no Vietnã. Mas e os nativos da região? Estimativas dão conta da existência de mais de 500 mil crianças nascidas no Vietnã desde os anos 60 com deformidades relacionadas às dioxinas contidas no agente laranja.
Uma ação judicial, motivada pela denúncia de trabalhadores ferroviários expostos
a dioxinas em consequência de um descarrilamento, revelou a existência de dados manipulados. Um funcionário da Agencia de Proteção Ambiental Americana (EPA) concluiu que os estudos foram manipulados para apoiar a posição da Monsanto, que defendia que os efeitos das dioxinas limitavam-se à cloroacne (uma enfermidade da pele). A Monsanto teve que pagar US$ 16 milhões e se revelou que muito dos produtos da empresa, desde herbicidas caseiros estavam contaminados por dioxinas.
http://www.controversia.com.br/index.php?act=textos&id=12457

O perigo do óleo Ascarel
Há cerca de três meses registrou-se o vazamento e sumiço de cerca de 11 mil litros do óleo ascarel, estocado dentro de transformadores elétricos, do prédio da antiga sede do Jornal do Brasil no Rio de Janeiro. Que óleo é esse que merece destaque? Não nos parece caso repetido mudando apenas o agente? Lembram-se do césio 137 em Goiânia?
O Brasil já domina tecnologia para destinação final adequada de vários resíduos, inclusive para o ascarel, óleo que pertence ao grupo de compostos orgânicos sintéticos conhecido como PCBs (bifenilas policloradas). Os PCBs possuem propriedades dielétricas (como resistividade e rigidez) e capacidade calorífica elevada, tendo sido amplamente aplicados no isolamento e resfriamento de transformadores elétricos. Por outro lado, esses compostos não são biodegradáveis e se bioacumulam em tecidos vegetais e animais. Seus resíduos são tóxicos e de reconhecida ação carcinogênica (provocam o câncer), além de causar danos irreversíveis ao sistema nervoso central. Por isso, em 1981, a legislação brasileira proibiu a fabricação e comercialização do ascarel, por meio da Portaria Interministerial MIC/MI/MME nº 19 (de 29/1/81), embora esta mesma portaria permita a utilização dos equipamentos com ascarel já existentes até o fim de sua vida útil, cerca de 40 anos.
O ascarel é um produto tecnicamente chamado de Alocloro 1254, um óleo resultante da mistura de hidrocarbonetos derivados de petróleo, utilizado como isolante em equipamentos elétricos, sobretudo transformadores e capacitores elétricos. É um fluido dielétrico e lubrificante que serve também para resfriar equipamentos elétricos, além de evitar os curtos-circuitos. Os óleos que contêm PCBs são conhecidos sob denominações comerciais, chamados de ascaréis. São compostos organoclorados, o que os colocam na lista dos POPs (poluentes orgânicos persistentes), não-biodegradáveis, altamente tóxicos de ação corrosiva e inflamável, capazes de causar efeitos nocivos ao ambiente e à saúde humana. Possuem característica lipofílica (solúvel em gorduras), o que facilmente permite sua chegada até humanos, via ingestão de pescado, por exemplo.

USOS
Os PCBs foram largamente utilizados na composição de plastificantes, solventes, fluidos térmicos, desinfetantes, dentre outras aplicações industriais. O ascarel começou a ser utilizado em substituição ao óleo mineral por ter boas características como isolante líquido. Este isolante foi utilizado desde os anos 30 até 1976, quando passou a ser proibido. Depois de décadas de uso, em 1976, surgem os primeiros registros de contaminação ambiental. A partir de então, os países produtores de ascarel, gradativamente, passaram a proibir sua fabricação, comercialização e utilização. Seu uso foi proibido no Brasil, em 1981, mas ainda existem muitos equipamentos abandonados, contendo ascarel, em subestações de trem e edifícios industriais espalhados pelo país. O ascarel é proibido hoje no mundo, mas não se sabe o que fazer com as milhões de toneladas do produto estocadas por todo o planeta.

IMPACTOS AMBIENTAIS
Os compostos organoclorados causam grandes impactos na natureza devido a três características básicas: persistência ambiental, bioacumulação e alta toxicidade. A contaminação tanto do solo como da água, ameaçando, em especial, os lençóis freáticos e a biota aquática é o principal impacto causado pelo ascarel. Ele é capaz de formar compostos altamente tóxicos, denominados dioxinas e furanos, quando exposto a elevadas temperaturas em caso de incêndios, conhecido como “poluição a quente”.
Os fenômenos de bioacumulação e biomagnificação são potencialidades que geralmente ocorrem na “poluição a frio”, que consistem na dispersão do ascarel no meio ambiente por meio de derrames ou vazamentos e que, inevitavelmente, representará risco para a saúde humana visto que o homem ocupa o topo da cadeia alimentar. Em concentrações superiores a 50 ppm (partes por milhão) de ascarel, o ambiente é considerado contaminado. O maior risco é o vazamento e contaminação, quando ocorre desmonte de equipamentos com ascarel para venda como sucata. Recentes estudos colocam os mamíferos aquáticos (focas, golfinhos, botos, baleias) entre os organismos mais vulneráveis à toxicidade crônica desses compostos organoclorados, porque, além de concentrá-los em grande quantidade, a fêmea transfere parte de sua carga ao filhote durante a gestação e a lactação.
Em 1975, o Rio Hudson, no Oeste norte-americano, foi
caracterizado com sério risco ambiental devido aos níveis de PCBs em peixes acima do permitido pela legislação. Tal fato ocorreu pelos lançamentos de resíduos de PCBs emitidos pela General Electric Company utilizados como fluidos dielétricos na confecção de capacitores desde 1966. Em 1988, o fornecimento de água do Rio de Janeiro foi interrompido por dois dias quando cerca de 300 litros do produto vazaram da metalúrgica Thyssen para o Rio Paraíba do Sul. Há cerca de cinco anos, a imprensa noticiou que cariocas de uma favela no subúrbio do Rio estavam utilizando ascarel como óleo para cozinhar. Os PCBs são classificados pela legislação brasileira como Resíduo de Classe I – Tóxico (NBR 10004). Causam câncer, afetando, sobretudo fígado, baço e rins, provocam alterações psíquicas, nos dentes, na libido e podem provocar má formação congênita. Também podem causar danos irreversíveis ao sistema nervoso. Investigações científicas de longa duração, realizadas entre os anos 60 e 80, revelaram que os PCBs e outros compostos organoclorados aromáticos são carcinogênicos poderosos e também os relacionou com um amplo conjunto de transtornos reprodutivos de desenvolvimento e do sistema imunológico.

DESTINO FINAL
A incineração e a descontaminação são as duas possibilidades de destinação final dos resíduos sólidos dos ascaréis não-permeáveis que compreendem os transformadores (cerca de 60% do peso total) e capacitores elétricos (20%) e o restante em tambores metálicos armazenadores desses compostos. A descontaminação vem sendo a técnica ecologicamente aceita devido ao grande passivo ambiental promovido pelo processo de incineração, pois as cinzas, produto final da queima, necessitam ser armazenadas em aterro de Classe I.
Já para os rejeitos líquidos e sólidos permeáveis, a tecnologia aceita comercialmente é a incineração a 1.200oC, onde ocorre absorção do cloro pela água formando o ácido clorídrico, podendo ser comercializado em seguida. No Brasil, esse processo de descontaminação e reciclagem vem sendo realizado pela Tecnologia Ecológica de Reciclagem Industrial Ltda. (Tecori), localizada em Pindamonhangaba, São Paulo.
A carência de informação sobre a distribuição do óleo ascarel em nosso território, associada ao descaso com o destino dos estoques, aumenta o risco potencial de contaminação dos recursos naturais e da saúde humana. Os estoques desses compostos necessitam ser identificados e inventariados e, acima de tudo, seu armazenamento e destruição devem ser permanentemente fiscalizados. Concomitantemente, também devem ser feitos esforços para o desenvolvimento de processos para a recuperação de áreas já contaminadas pelo ascarel.
Maria Thereza Souza Bastos
Wanderley Rodrigues Bastos


http://www.revistaenfoque.com.br/index.php?edicao=53&materia=235



domingo, 18 de novembro de 2012

PERIGO! ASCAREL.

Contato direto com pessoas

Devido aos efeitos já descritos das PCB’s sobre o organismo humano, todo o contato direto com o produto
deve ser evitado. Devemos lembrar também que os óleos isolantes tipo Ascarel contém o TCB que apresenta
toxidez, podendo causar intoxicação por aspiração e ingestão.
As PCDD’s e os PCDF’s podem formar-se pelo aquecimento das PCB’s em presença de oxigênio a partir de
aproximadamente 400oC. Estes compostos possuem toxidez elevada e são solúveis nas PCBs, podendo

estar presentes no caso do líquido ter sido submetido às condições necessárias à sua formação.



PARA MAIS INFORMAÇÕES.
wpa@wpaambiental.com.br
Engenheiro
PAULO FERNANDES





 

segunda-feira, 12 de novembro de 2012

Brasília testa ônibus elétrico chinês para a Copa de 2014

     São Paulo - De olho no meio ambiente e na copa do mundo de 2014  capital federal vai testar um ônibus 100% movido a eletricidade. Nos próximos três meses, especialistas da
     Universidade de Brasília (UNB) e população poderão avaliar a eficiência do veículo que, além de usar fonte de energia renovável promete reduzir a poluição sonora. 
       Fabricado na China, onde circulam cerca de 1,8 mil ônibus elétricos, o modelo funciona com um conjunto de baterias de 538V, que garantem ao coletivo percorrer até 150 quilômetros numa única recarga.
        Cada bateria leva de uma a três horas para ser recarregada e tem vida útil de pelo menos cinco anos. O ônibus possui ar-condicionado e capacidade para transportar 60 pessoas – 28 sentadas, 31 em pé e um espaço para cadeirante.
Se o desempenho do ônibus elétrico agradar, a intenção é trazer para Brasília a fábrica que produz o veículo ecológico, para modernizar o sistema de transporte urbano.
      A introdução de veículos elétricos e híbridos no transporte coletivo também faz parte do acordo celebrado entre o governo do Distrito Federal e a Federação Internacional de Futebol (FIFA) para a Copa do Mundo de 2014. A meta é que essa frota transporte torcedores e turistas do aeroporto ao Setor Hoteleiro e ao Estádio Nacional de Brasília Mané Garrincha.
Fonte: http://exame.abril.com.br/meio-ambiente-e-energia/sustentabilidade/noticias/brasilia-testa-onibus-eletrico-chines-para-a-copa-de-2014